Por Paulo Sá
Chegamos a uma certa idade e começamos a colocar no papel as pessoas e os acontecimentos que foram importantes para a nossa formação. Não me refiro a pessoas nem a situações vinculadas à escola ou à faculdade, mas, sim, ao que recebi fora desse contexto. Foram as músicas ouvidas nestas décadas todas, os livros lidos com seus enredos e personagens marcantes, os filmes que me fizeram entrar na telona e viver a trama, enfim, a presença da Arte em minha construção pessoal.
Em 1975, o Teatro Aquarius, que fica na esquina das ruas Rui Barbosa e Conselheiro Carrão, no bairro da Bela Vista, zona central de São Paulo, foi palco de um acontecimento que faz parte das minhas lembranças até hoje. Rita Lee & Tutti Frutti estavam lançando o álbum Fruto proibido, que se tornaria um ícone do rock brasileiro. Um show muito aguardado, e, como era de esperar, aquela esquina e arredores estavam abarrotados de gente no sábado em que fui assistir ao lançamento.
E o nosso homenageado do próximo dia 5 de junho estava na bateria do Tutti Frutti e contribuiu, e muito, para a alegria daquela turma toda.
Franklin Paolillo: o grande batera do rock brazuca!
Franklin Paolillo nasceu em 26 de outubro de 1954. Interessou-se primeiro pela guitarra, mas foi após ouvir um trio instrumental que se apresentavam em um restaurante alemão onde jantava que se decidiu pela batera.
Em 1967 ganhou a sua primeira bateria. A partir daí, iniciou sua trajetória no rock brasileiro, participando das bandas Zuliubas, depois rebatizada de News Dangers, e Mantra. Em 1969, tocou com a banda Mantra em um evento de grande porte, o Salão da Criança. Nesse evento, também tocou o Made in Brazil, fato que mudaria a sua história na música. Nos bastidores, conversou com o guitarrista Celso Vecchione, que o convidou para assistir aos ensaios da banda. E assim o fez.
Após frequentar alguns ensaios, um convite especial aconteceu: Osvaldo Vecchione (baixista) e Cornelius (vocalista na época) foram à sua casa convidá-lo a participar dos ensaios, pois estavam sem baterista (o músico Richard Mayl havia fraturado o braço). Resultado disso: Franklin permaneceu no Made in Brazil de 1970 a 1973.
Em 1974 foi convidado pelo guitarrista Luis Carlini e pelo baixista Lee Marcucci do Tutti Frutti a ingressar na banda e a tocar com Rita Lee. E juntos gravaram o LP Fruto proibido, que contava com os sucessos “Agora só falta você”; “Ovelha negra” e “Esse tal de rock’n’ roll”.
Franklin tocou com muita gente. Depois de ter saído do Tutti Frutti, acompanhou Cornelius (ex-Made in Brazil) em seu trabalho solo, Joelho de Porco (1976-1977), e, entre 1977 e 1978, trabalhou com Vanusa, Antonio Marcos e João Ricardo (ex-Secos & Molhados).
Na década de 1980, trabalhou bastante com jingles, tocou com o Terço e participou da empreitada de Marcelo Nova em trazer Raul Seixas de volta aos palcos, e gravaram o disco A panela do diabo.
Tocou com Marcelo Nova até 1998, entre carreira solo do artista e voltas do Camisa de Vênus. A partir de 2006, passou a ser músico de estúdio e também a colaborar com as bandas Tutti-Frutti, Made in Brazil e X-Blues.
Em 2018, ele entrou na banda paulistana The Power Blues e gravou um CD, que ficou pronto no final do ano. A banda estava em Maresias comemorando e passando as festas de final de ano quando ele teve o AVC.
O evento Franklin’s Day
Fora de cena desde dezembro de 2018, quando sofreu um AVC hemorrágico que comprometeu a fala e parte de seus movimentos, Frango, como é carinhosamente chamado, trocou as baquetas por um rígido acompanhamento médico e terapêutico.
Numa ação entre amigos e fãs, no dia 5 de junho acontecerá a 2ª edição do Franklin’s Day, em São Paulo, com a presença de artistas talentosos e generosos e sorteio de muitos brindes. Essa festa foi idealizada e organizada por Edu Dias.
Para ajudar você pode, além de estar com a gente nesse domingo pra lá de incrível, adquirir uma das peças da linha de camisetas com estampas exclusivas, confeccionadas pela Hell Camisetas ou ainda uma dezena das quatro rifas, idealizadas pelo icônico rocker Oswaldo Rock Vecchione, bandleadder da Made in Brazil, concorrendo, pela Loteria Federal, a itens de bateria cedidos por gigantes como Tiberio Correa (Harppia), Ivan Busic (Dr Sin), Paulão Thomas (Baranga Rock), Roby Pontes (Golpe de Estado e Power Blues), Caio Dohogne (Jack Rabbit), entre outros. Todo o lucro vai para o tratamento médico deste grande homem, excelente baterista e querido amigo: Franklin Paolillo. No quesito simpatia ele é unanimidade! Compareça, adquira, divulgue e compartilhe.
#juntosomosmaisfortes
Programação
15:00/15:40 – Abertura do evento/Próspero Albanese
15:50/16:20 – Rubens Nardo
16:30/17:00 – Veneno da Alice
17:10/17:40 – Tony Babalu
17:50/18:20 – Mari
18:30/19:00 – Amargo Malte
19:10/19:40 – Caio Durazzo
19:50/20:20 – Banda Power Blues
20:30/21:00 – Simbas
21:10 – Banda Casa + jam
22 – Encerramento
LOCAL: Casa da Árvore – Rua Carijós, 248 – Água Branca
HORÁRIO: A partir da 15 horas
Paulo Sá é músico, escritor e fã de Franklin Paollilo