Show marca os 42 anos da banda Radio Taxi

O clima é de festa. E nem poderia ser diferente. Considerada uma das grandes bandas do rock oitentista, atravessando décadas, o Rádio Táxi se apresenta no Bar Brahma no dia nove de dezembro. Localizado na esquina da Ipiranga com a São João a emblemática casa recebe o grupo paulistano em comemoração dupla: 42 anos de carreira e 40 do lançamento de “Eva”, canção que se tornou o maior hit dos caras.

Claro que quatro décadas de estrada não são quatro meses, sendo assim, muita coisa mudou. Troca de integrantes e até a perda de um de seus fundadores, o super guitarrista Wander Taffo (1954-2008). Sobre este momento especial, Gel Fernandes, baterista e único integrante da formação original, diz que “Eva” sempre será o ponto alto do show, pois os fãs vão ao delírio. Para o guitarrista Miltinho Romero, a canção é o sucesso que todo artista almeja, por alcançar o primeiro lugar nas paradas durante muito tempo, tanto que teve inúmeras versões. Além de Fernandes e Romero integram o Rádio Táxi atualmente Betto Luck (vocal), Flávio Fernandes (teclados/vocais) e Fábio Zaganin (baixo).

Para o show no Bar Brahma, Willie de Oliveira, o cara que gravou “Eva”, disponibilizada no segundo álbum lançado em 1983, é um dos convidados. “Além do Willie, vocalista original da canção, (o convite) também será estendido a queridos amigos que participaram da formação em algum momento”, diz o batera Gel Fernandes.

Abaixo a entrevista completa com Gel Fernandes e Miltinho Romero.

Regional News – São 42 anos de Rádio Táxi e 40 de “Eva”. Me digam o quanto a canção é importante para vocês e na discografia da banda.
Gel Fernandes e Miltinho Romero – “Eva” é o sucesso que todo artista almeja e precisa ter na carreira por ser uma canção que alcançou o primeiro lugar nas paradas de sucesso durante muito tempo como ainda hoje com outras versões. Realmente é um grande marco para banda, assim como muitos outros sucessos. “Eva” sempre será o ponto alto do nosso show, sempre tocamos duas vezes, pois o público vai ao delírio.

RN – Um ex-integrante da banda diz em entrevistas para programas de TV que, a princípio, os integrantes originais do RT se recusaram a gravar “Eva”. O quanto isso é verdadeiro?

GF e MR – “Eva” foi um pedido da gravadora pois era uma canção italiana já estourada na Europa e não queríamos gravar pois o disco já estava pronto, acabamos gravando e tivemos que tirar uma canção chamada “Limousine” e acabamos gravando no estúdio onde foi mixado o disco.

RN – A discografia do RT não é tão extensa quanto de outros grupos contemporâneos de vocês. “Sarah” é um single que foi lançado em 2022. Como está o processo de composição de material novo para, quem sabe, um disco de inéditas do RT?

GF e MR – Estamos gravando e lançando novos singles o que é um procedimento muito comum nos dias de hoje, temos o projeto de lançar um DVD acústico com os grandes sucessos e com singles inéditos para o ano que vem. E em primeira mão anunciamos que a produção deste futuro DVD será do extraordinário Ricardo Feghali, tecladista do Roupa Nova, grande produtor musical, além de um amigo querido.

RN – No show do Brahma, em nove de dezembro, vocês vão reunir Willie de Oliveira e Fábio Nestares, ex-vocalistas do grupo. Podem adiantar alguma coisa dessa brodagem ai?

GF e MR – Como será um show comemorativo dos 40 anos de “Eva” resolvemos chamar nossa voz principal da canção, e também será estendido a queridos amigos que participaram da formação em algum momento.

RN – Miltinho Romero é um guitarrista técnico e que curte muito metal. Vocês têm escutado novas bandas? O que ouvem atualmente. Se bem que o Miltinho já postou vídeos tocando baixo para grandes clássicos da MPB
GF – Não buscamos referências atuais, somos bem focados na originalidade sonora da banda, como disse Belchior, “Nossos ídolos ainda são os mesmos”
MR – Tenho o contra baixo como um segundo instrumento, pois ele é muito rico ritmicamente, melodicamente é porque não Harmonicamente? Pois existes contra baixos de seis cordas que é possível você harmonizar com acordes. Além de me proporcionar ideias e levadas de arranjos. Por isso me identifico. Sou meio Bossa-nova Rock n Roll (risos).

RN – Como veem o atual momento do rock nacional. Pergunta redundante, mas falem ai?
GF e MR – Acreditamos que o Rock nacional sempre esteve presente, pais e filhos ouvem e cantam até hoje canções que marcaram a década de 80 e, com certeza, tem muita gente boa fazendo rock nacional nos dias de hoje, só não tem tido o mesmo espaço nas mídias como outros estilos musicais que dominam o mercado de hoje.

RN – Qual a importância do rock oitentista para a música brasileira?
GF e MR – A década de 80 foi o auge da criação e da inspiração, depois disso ficou muito difícil criar sem imitar, até hoje as músicas que são de qualidade e bom gosto tem um pé nos anos 80. Para nós o rock nacional no início dos anos 80 foi uma forma de popularizar o estilo no nosso país e ajudou a difundir o rock para todo o Brasil, com o nosso jeito. As pessoas puderam ter acesso a todas as bandas de pop rock que existiram e ainda existem. Mas acredito que o Radio Táxi no início dos anos de ouro do Rock nacional, veio puxando a carruagem para as demais bandas

RN – Recado para a galera

GF e MR – Aí galera que curte o Rock nacional, aguardem que vem ai um DVD acústico com sucessos e inéditas pra surpreender a cena musical, com uma produção impecável, aguardem. E dia nove de dezembro estamos esperando por vcs no Brahma SP, absssss e até lá.


Nelson de Souza Lima é jornalista.

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